terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Redação do Enem 2009

O individuo frente à ética nacional

Diariamente se vê notícias no TV, sobre escândalos de corrupção no Senado e na Câmara. O povo indignado com tal situação, reclama por justiça. Porém, em uma democracia, não é exatamente o povo que escolhe seus representantes?
Em alguns livros de História, dizem que o Brasil foi inicialmente, cárcere para bandidos vindos de Portugal. Logo, vieram os portugueses, que ao invés de colonizar, apenas exploraram o Brasil. Junta-se lacaios e explorados, a um povo nativo ingênuo, e se constrói o arquétipo mestiço brasileiro. Com base na história de um povo, entende-se sua cultura. De um lado estão os corruptos, de outro um povo passivo e alheio.
No entanto, no Brasil há democracia, que vem do grego e significa: “Cracia = poder” e “Demo = povo”, porém, “demo” sem sua tradução ficaria bem melhor: “ Poder do demo”. O que se vê nos palcos da política brasileira é um espelho do que é um povo, este que mantêm no poder dinossauros políticos, oriundos da classe aristocrática.
Todavia, como diria Nietzsche: "Ao andar com monstros acautelar-se para também não se tornar um monstro. Quando se olha muito para o abismo, o abismo olha para você”. E é assim que o povo critica de forma assídua, o cenário político brasileiro, enquanto repassam cheques sem fundos, furam filas, aplicam golpes dos mais variados e criativos, aproveitam-se da fraqueza e ignorância das pessoas, e as usam como trampolim, para seu crescimento individual, enquanto o país e sua ética, afundam. Portanto, o jeito é fazer as malas e ir embora para Pasárgada.

(Elza Nayara)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Nem te conto a minha novidade


A vida é uma constante aventura, e tem aventura para todos os gostos. A busca por conhecimento, e, sobretudo, auto-conhecimento é uma aventura para mim. Não há nada de mais interessante que novidades, tudo que é novo me interessa, me alimenta, me instiga. A novidade me cai como uma luva. Meu signo me diz que sou estática, parada, estável, que não gosto muito de movimentações, mas não sei por que gosto tanto da mudança, da novidade.

O novo é nada mais que o velho em ciclos, só que mais aprimorado, mais moderno, com algum toque de novidade, ou somente, como algo que nunca vimos e que isso a torne um pouco diferente. O que era velho, novidade passada, coisa que já sabemos, coisa que já vimos, se metamorfoseia em novo. O que seria do novo se não houvesse o velho? Mas, como disse anteriormente, o que apenas me interessa é a novidade, a novidade do que já existe, infelizmente.

Mas o que é novidade para mim, pode não ser novidade para muitas pessoas. Um belo livro escrito há anos antes de Cristo, e que nunca li, é novidade, mesmo sendo velho. Agora as notícias mais interessantes do mundo, como a roupa de grife que Paris Hilton lançou, para mim é velho, é notícia que nem tem graça para sair repassando por aí. Por que seria eu, a vender a imagem (seja boa ou ruim) dela, ou de outros? Ao menos que ela me pagasse eu me ocuparia de sua novidade (velha ou não).

Como disse anteriormente, o que me instiga é a busca da novidade, mas que essa novidade seja transformada em conhecimento, e logo após em auto-conhecimento. Eu preciso aprender a nova reforma ortográfica, eu preciso ler os livros de filosofia que sempre tive vontade, (e que estou lendo aos poucos), eu preciso estudar coisas inúteis para passar em um concurso, eu não preciso, mas eu devo viver minha própria vida, porque 24 horas por dia é pouco para eu conseguir alcançar todas as novidades de que necessito.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Qual é sua busca pessoal?


Pessoas se jogam em projetos, movimentos, partidos. Qual é a finalidade de tudo isso, o que será que se passa na cabeça dessas pessoas? Normalmente responderíamos que essas pessoas são dotadas de um sentimento universal que as toma, é um sentimento bom que as enche, o de poder ajudar a quem está precisando, e isso é ótimo. Atos ou sentimentos de filantropismo, sempre existiram e não deixarão de existir (que Deus queira). Mas o que me passa na cabeça é saber suas expectativas, vontades e desejos. Muitas pessoas na história travaram suas lutas por esse desejo universal de ver tudo equilibrado: amor, paz, saúde, felicidade, enfim, todas essas coisas que desejamos nas nossas preces.
Luiz Carlos Prestes, foi tomado por esse sentimento. Entrou em um partido, que na época era o “demônio” em forma de gente, este era o Partido Comunista. Comunista? Vá de retro! Alguns diziam. Mas esse partido que nem todos conheciam, foi escrito e analisado por Karl Max em seu livro “Manifesto Comunista”, que apenas defendia uma política baseada na sociedade sem classes, em que não houvesse estado, tudo baseado na propriedade comum.
Luiz Carlos Prestes enfrentou a chamada “Coluna Prestes”, em que lutavam por um país melhor, derrubando o atual Presidente Getulio Vargas. Ele andou juntamente com o povo, pelo país inteiro, e ficou conhecido por “cavalheiro da esperança”. Logo o tempo passa, comunistas são presos, Olga Benário, sua esposa na época é presa pelo governo alemão (que no momento estava sob o poder do nazismo). Logo depois que ele foi anistiado, foi eleito Senador, e com o partido cassado, volta à clandestinidade. Ele não terminou sua vida de luta política, entretanto, não quis mais vivenciar o papel de legislador, imaginemos o porquê.
Em um momento da vida todos nós nos comportamos como semi-deuses, querendo alcançar o que ninguém alcançou, querendo mudar o mundo, querendo paz na terra, querendo amor entre os homens, querendo alcançar o infinito, o sol, tal Ícaro fez., mas caímos, pois as forças que nos são externas são bem maiores. Dédalo, pai de Ícaro, homem habilidoso projetou asas amarradas com fio de cera , e para tentar fugir da ira dos deuses, foram aos céus, Ícaro e seu pai. No entanto, Ícaro, jovem demais para medir, quis chegar perto demais do grande sol, e a cera que segurava as asas, derreteu, que o fez cair no Egeu.
Conhece-te a ti mesmo, dizia Sócrates. Não adianta querer mudar o mundo, se não conseguimos nem ao menos mudar e conhecer a nós mesmos. Isso é interessante, mudar a si mesmos para poder mudar o mundo, conhecer a si mesmos para poder conhecer os outros, para poder entender as atitudes das pessoas. Quantas pessoas na luta de mudar o mundo, conseguiram chegar onde queriam e lá permaneceram, esqueceram-se do propósito inicial, pois não se examinaram.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"IDEOLOGIA: EU QUERO UMA PARA VIVER"


Segundo o dicionário Aurélio, ideologia significa sistema de idéias, ciência da formação de idéias.

Já dizia o nobre Cazuza: Ideologia eu quero uma pra viver. Eu fico imaginando se pessoas como Sócrates, Nietzsche, Joana Dark, Gandhi, e o próprio Jesus conseguiriam viver sem suas ideologias, sem uma idéia de como deveria ser a vida. Tenho a impressão de que esses nomes nem sequer seriam lembrados, se eles não fossem fortemente movidos por suas idéias.

Sócrates viveu bem antes de Jesus, mas já falava a máxima “conhece-te a ti mesmo”, frase que vemos constantemente na ideologia cristã. Na ágora, a praça dos gregos, Sócrates despejava sua sabedoria, e jovens, filósofos, e pessoas comuns não ousariam discordar deste mito chamado Sócrates, e mesmo assim ele dizia “só sei que nada sei”. Ele não acreditava que havia deuses no Olimpo, isso fez com que chamasse a atenção das autoridades e dos oráculos, homens responsáveis pela orientação espiritual. Foi condenado a tomar cicuta, veneno bastante usado na época. Ele teve a opção de desmentir tudo, mas quis morrer por sua ideologia.

Nietzsche escreveu em seus diversos livros matando Deus. Apartou-se da sociedade, se fez arrogante. Acreditava que o homem é o centro de tudo, que não há Deus, há sim: o super-homem. Sua ideologia, de tão radical e ferrenha, o fez definhar aos poucos em um manicômio, abandonado por todos.

Joana Dark?! Alguns já assistiram alguns filmes, e certamente recordarão deste nome. Ela tomada por uma convicção de que tinha um destino em sua vida, e que haveria de cumpri-lo. Esse destino foi a morte, resultado da traição de seus companheiros de guerra, em batalhas entre França x Inglaterra.

Os próximos foram tomados por ideologias diferentes destes que acabei de comentar. Eles foram tomados por uma generosidade, amor à humanidade, filantropismo, enfim, foram influenciados pelo poder da mudança, usando como arma: o amor.

Gandhi lutando contra a opressão da Inglaterra na Índia, fez a guerra da paz, a luta sem armas. Usou a palavra, a “não-violência”. Conseguiu libertar a Índia do julgo inglês sem levantar um braço ao alto, sem aumentar o tom da voz.

Jesus de Nazaré, movido pelo amor, com a mensagem de Deus, Javé, pregou o amor, desde criança usou a sabedoria, teve como os citados anteriormente muitos seguidores, entretanto, Jesus tornou-se o norte de gerações e gerações, e ainda hoje é venerado, adorado e amado. Jesus defendeu sua “ideologia” até o fim. Passou quarenta dias no deserto, e como qualquer pessoa que defende um ideal, foi tentado. O demônio fez suas propostas, mas como todos sabem, ele foi até o fim e morreu em uma cruz pelo povo, para que sua idéia, sua palavra seguisse em frente.

Agora fiquei imaginando um pai de família, analfabeto, sem instrução, seja ela social, política ou religiosa. Esse sujeito possui ideologia? Pergunte sobre suas idéias, e a resposta será a mais simples, pois esse sujeito está na luta pela sobrevivência. Sua ideologia é comer, e dar comida. Quem sabe na flor de sua juventude ele sonhasse, ou mesmo lutasse por esses sonhos. Mas a realidade dura o fez um dia colocar os pés no chão e esquecer do que um dia já havia pensado sobre idéias de mundo, idéias sobre pessoas, personalidades individuais ou coletivas. Ele em seu trabalho árduo e diário pela sobrevivência esqueceu-se o que é ideologia. Morrerá sem saber ao menos o que é viver, que segundo Plutarco, é preciso viver, não apenas existir.

Será que ideologia, o sistema de idéias, a ciência da formação de idéias, tem algo ligado ao estilo de vida? Isso com certeza possa se dizer que sim, pois indivíduos com dinheiro sobrando no bolso, sem preocupações primárias, como alimentação e segurança, irão ter espaço sobrando em seu mundo das idéias, para formá-las e trazê-las ao campo real.

As pessoas que possuem ideologias não estão muito preocupadas consigo mesmas, pois estão intrinsecamente ligadas a uma força que parece maior que elas, uma força que as diz o que fazer. Deixar de lado uma ideologia para o idealista, é deixar de lado a sua própria vida, conclui uma idealista.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Às Mães

Quem pode escrever uma mensagem para as mães, senão a própria mãe.


Não vivemos em um paraíso, onde existem mães como nos comerciais de margarinas. Existem sim, mães que sofrem, que são abandonadas, e com muita emoção, sutilleza, delicadeza, e também uma dor, esta que apenas uma mãe sente, a dor da perda. Assim Rita de Cassia escreveu essa mensagem, que para mim descreve um imenso amor, pois o amor de mãe como todos sabem é inigualável.


Ás que apesar das canseiras, dores e trabalhos, sorriem e riem, felizes, com os filhos amados ao peito, ao colo ou em seu redor; e ás que choram, doridas e inconsoláveis, a sua perda física, ou os vêem perdem-se nos perigos inúmeros da sociedade violenta e desumana em que vivemos; ás mães ainda meninas, e ás menos jovens, que contra ventos e mares, ultrapassando dificuldades de toda a ordem, têm a valentia de assumir uma gravidez talvez importuna e indesejada por saberem que a vida é sempre um bem maior e um dom que não se discute e muito menos, quando se trata de um filho seu, ser frágil e indefeso que lhe foi confiado; ás mães que souberam sacrificar uma talvez brilhante carreira profissional, para darem prioridade á maternidade e a educação dos seus filhos e ás que quantas vezes precisamente por amor aos filhos, souberam ser firmes e educadoras, dizendo um não oportuno e salvador a muitos dos caprichos dos seus filhos adolescestes; ás mães precocemente envelhecidas, gastas e doentes, tantas vezes esquecidas de si mesmas e que hoje se sentem mais tristes e magoadas, talvez por não terem um filho que não se lembre delas, de as abraçar e beijar...; ás mães solitárias, paradas no tempo, não visitadas, não desejadas, e hoje abandonadas num qualquer quarto, num qualquer lar, na cidade ou no campo, e que talvez não tenham hoje nem uma pessoa amiga que lhes leia ao menos uma carta dum filho..., também ás mães que não tendo dado é luz fisicamente, são mães pelo coração e pelo espírito, pela generosidade e abnegação, para tantos que por mil razões não tiverem outra mãe ...e finalmente, também ás mães queridíssimas que já partiram deste mundo e que por certo repousam já num céu merecido e conquistado a pulso e sacrifício... A todas as mães, a todas sem exceção, um abraço e um beijo cheios de simpatia e de ternura! E parabéns, mesmo que ninguém mais vos felicite! E obrigado, mesmo que ninguém mais vos agradeça! No próximo domingo, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo caricias no seu filho eu estarei lembrando o meu e agradecendo a Deus por ter me dado a oportunidade de ser mãe e por ter me iluminado para saber aproveitar cada minuto que passei ao lado dele dizendo que o amava muito e que ele era muito especial pra mim, por isso acredito que Deus me escolheu para que eu passasse essa mensagem para todas as mães para que vocês aproveitem cada minuto ao lado de seus filhos e expressem todo o amor que sentem por eles.

Feliz dias das mães

Com muito orgulho de ser mãe, a mãe de um anjo - Rafinha. Rita de cássia

sábado, 25 de abril de 2009

Contexto histórico da participação feminina na sociedade








Em variadas épocas encontram-se escritores, cientistas, filósofos e homens comuns que tinham e tem uma opinião acerca do lugar ideal para a mulher. Será que desde a Antigüidade e tempos remotos, as peculiaridades da mulher seriam: modéstia, castidade, amor à família, casamento, gravidez?
Existe pouca fonte documental na história que fale das mulheres, ou senão existem essas que foram escritas por homens. Tudo, ou quase tudo que se sabe da mulher na história da humanidade, foi escrita por homens, eles que detinham o poder econômico e intelectual. Por isso não se sabe ao certo se a mulher sempre teve uma posição de submissão e inferioridade.
A mulher representa a sensibilidade, o homem: a força. Ela plantava, cozinhava. Ele caçava. Isso introduziu no consciente das pessoas que o homem era superior, pois tinha a força de caçar, enquanto o serviço que a mulher exercia era facilmente exercido pelo homem.

“O simples aspecto da mulher revela que não é destinada nem aos grandes trabalhos intelectuais, nem aos grandes trabalhos materiais. Paga a sua dívida à vida não pela ação mas pelo sofrimento: as dores da maternidade, os inquietos cuidados da infância; deve obedecer ao homem, ser uma companheira paciente que o conforte. Não é feita para grandes esforços, nem para dores e prazeres excessivos; a vida para ela pode decorrer mais silenciosa, mais insignificante, mais serena que a do homem, sem que ela seja, por temperamento, melhor ou pior.” Arthur Schopenhauer"

O machismo, ou mesmo falta de bom senso de alguns intelectuais, fazem aumentar ainda mais a desigualdade entre homens e mulheres. Alguns filósofos, como: Nietzsche que seguiu parte das idéias de Schopenhauer, fomentaram alguns dos estereótipos atribuídos às mulheres, assim tanto o senso-comum, quanto a comunidade acadêmica se justificam.
Quando se fala em intelectualidade, espera-se falar sobre conhecimento, e é impossível pensar que grandes filósofos, não tinham conhecimento da história de grandes mulheres, ou então isso se dá por oposição da parte deles a não citar ou ao menos lembrar esses nomes.
Muito antes do século XIX, época em que vivera Arthur Schopenhauer, encontram-se registros antigos que remotam 6.000 anos a.C. de mulheres voltadas às práticas astronômicas. A sacerdotisa Em Hedu'Anna, da Babilônia, que viveu por volta 2.300 a.C., ajudou a decifrar as estrelas e desenvolver os calendários, tornando-se um símbolo e referência importante para os astrônomos e matemáticos. A egípcia Aganike (cerca de 1878 a.C.) era conhecida como filósofa e astrônoma. Aglaonice de Thessalia que viveu na Grécia, explicou eclipses de Lua, e por fazer previsões sobre eclipses foi considerada bruxa. Um nome mais conhecido é de Hipátia de Alexandria, matemática e filósofa neo-platônica, nascida aproximadamente em 370 d.C. e assassinada em 415 d.C. Ela estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A ela se atribui a invenção do Astrolábio, e do densímetro. Foi morta por cristãos fanáticos, acusada de heresia.


"Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos."
A Vida de Hipátia, em História Eclesiástica."

Quem já não ouviu falar em Cleópatra? Pois ela é uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e uma das governantes mais famosas do Antigo Egito. Nunca foi a detentora única do poder no seu país, de fato co-governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titularmente, mantendo ela a autoridade de fato. Também, vale ressaltar Nerfetiti, uma das mulheres mais influentes do Egito, ela reinou lado a lado com Amenófis IV, governante da 18ª dinastia do Novo Reino, que mudou seu nome para Alchenaton depois de subir ao trono em 1353 a.C.
Mas voltando para o mundo da Ciência, com certeza Einstein é um nome muito conhecido, e Mileva Maric, alguém conhece? Ela foi uma matemática sérvia primeira mulher de Einstein, era uma brilhante cientista sérvia que abandonou sua carreira para cuidar dos dois filhos do casal. Contam que ela que fazia os cálculos de Einstein. Lise Meitner foi uma física austríaca que estudou radioatividade e física nuclear, tendo sido a descobridora da fissão nuclear. Meitner reconheceu o potencial explosivo desse processo. Imediatamente esses resultados foram confirmados no mundo inteiro. Tal descoberta fez com que outros cientistas se juntassem para convencer Albert Einstein a escrever uma carta ao Presidente Franklin D. Roosevelt, alertando-o quanto aos perigos do Projeto e em um prêmio Nobel, seu nome não foi sequer reconhecido pela descoberta. Maria Sklodowska, mais conhecida por Marie Corrie, assumiu a cadeira de seu falecido marido na Universidade de Sorbone e tornou-se membro da Academia Francesa de Medicina, posição também inédita para uma mulher. Foi uma cientista francesa de origem polaca, sendo laureada com o Prémio Nobel de Física de 1903 pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenômeno pouco conhecido) e com o Prémio Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. Foi também diretora de laboratório reconhecida pela sua competência.
Não foram poucas as mulheres que se destacaram na ciência, poderia citar aqui inúmeras, com lista de A a Z. Mas nem só de ciência vive o homem, mas de arte, poesia, música, política e outras tantas áreas de atuação. Na literatura, Lou Salomé foi escritora russa, que tinha um tom psicanalítico em seus romances, ganhando assim admiração de Freud. Conheceu e conviveu intelectualmente com Freud, Jung, Nietzsche, Henri Bergson, Sartre, Paul Rée, entre outros grandes homens. Ela quebrou regras morais em seu tempo. Falando em quebrar regras morais, Pagu é um nome peculiar. Patrícia Rehder Galvão, que usava o pseudônimo de Pagu, viveu na década de 30, foi escritora e jornalista, casada com o escritor Oswald de Andrade. Ela escandalizava a sociedade, quando fumava na rua, e usava roupas transparentes, e foi a primeira brasileira a fazer topless. E por fim, Simone de Beauvoir, escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Casada com o filósofo existencialista Sartre.

“O que distingue o homem do animal é a razão; confinado no presente, lembra-se do passado e pensa no futuro: daí a sua prudência, os seus cuidados, as suas freqüentes apreensões. A razão débil da mulher não participa dessas vantagens nem desses inconvenientes; sofre de uma miopia intelectual que lhe permite, por uma espécie de intuição, ver de uma maneira penetrante as coisas próximas; mas o seu horizonte é limitado, escapa-lhe o que é distante. Daí resulta que tudo quanto não é imediato, o passado e o futuro, atuam mais fracamente na mulher do que em nós: daí também a tendência muito mais freqüente para a prodigalidade, e que por vezes toca as raias da demência.” Arthur Schopenhauer"


A maioria das mulheres não tinham acesso à educação. Elas sempre foram educadas para criarem filhos e cuidarem da família. Mesmo assim, com pouquíssimos mecanismos de inclusão, se sobressaíram. Infelizmente muitas destas foram desfavorecidas pela História, (esta que foi escrita por homens), sendo esquecidos os seus feitos. Outras que desafiaram este falo ereto da sociedade, foram queimadas na fogueira da inquisição, acusadas de bruxaria, sendo elas na maioria das vezes, cientistas.

Atualmente mulher tem acesso à educação, mesmo com todo preconceito e discriminação, ela pode chegar a níveis outrora inimagináveis, hoje a mulher se encontra em cargos de chefia. Elas são escritoras, filósofas, artistas, políticas, cientistas, empresárias, donas de casa, donas disso ou daquilo, donas de sua inclusão social.


(Elza Nayara)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

"O Brasil é isso mesmo que está aí"






“Os distraídos talvez ainda não tenham percebido, mas o Brasil acabou. Sinais disso foram se acumulando, nos últimos meses: a falência do Congresso e de outras instituições, a inoperância do governo, a crise aérea, o geral desarranjo da infra-estrutura. A escola que não ensina, os hospitais que não curam, a polícia que não policia, a Justiça que não faz justiça, a violência, a corrupção, a miséria, as desigualdades.”

(trecho de entrevista feita por João Moreira Salles a Fernando Henrique Cardoso, em agosto de 2007).



Estamos vivendo em uma época de crises. Escândalos um atrás do outro, corrupções, CPIs, desestruturação na educação, na saúde. Uma infâmia. Porém, chega a ser ridícula a atribuição da história política do Brasil a apenas um governo.
Qual nossa visão de mundo? “O mundo é o que vemos na tela do computador, da televisão ou do celular”. Sendo assim, a citação do sociólogo Fernando Henrique nos impõe sua visão de mundo. Entretanto, não estamos mais enfurnados na caverna vendo apenas as sombras da realidade, procuramos questionar. Por isso, mesmo não sendo “rei dos sociólogos” ou mesmo “sociólogo dos reis”, percebo que o Brasil é o que é não por culpa de um ou de outro, mas por uma cultura de dominação e exploração, e isso explica muita coisa.
Portanto, eu que tenho muito dinheiro, viajo o mundo inteiro, tenho uma bela visão de mundo: Vou-me embora para Pasárgada, pois lá eu sou amiga do rei. O Brasil não existe mais, ao menos para mim que leciono na Universidade de Brown, em Providence, ganho o meu, para o mim o Brasil é um país que não tem jeito. Aqui foram soltas todas as desgraças e calamidades, da caixa de pandora não vou deixar sobrar nem a esperança.

(Elza Nayara)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

AUTO




(Quadro de Vincent van Gogh - The Bedroom - 1889)












Tapei as narinas
Andei atordoada em meio às pessoas
Minha visão não era boa.
Tapei as narinas
O mau cheiro podia ser capaz de invadir qualquer ser dotado de toda virtude, de toda “personalidade”, de persona.
Fui andando em meio às pessoas, mas para agüentar, continuei a tapar as narinas.
Sentei, coloquei o cotovelo encostado em meu joelho e minha mão em meu queixo. De nada adiantou, isso me fez apenas mudar.
Tapei os ouvidos
Passei boa parte desse tempo satisfeita.
A única coisa que eu ouvia era o meu eu, meu amigo mais íntimo.
Ele me falou por muito tempo.
Fique sentada pensando: apenas sinto o cheiro bom, apenas sinto meu cheiro, apenas me escuto.
Enfim, tapei os meus olhos
Não há nada de bom, o que via era apenas destruição. Estão destruindo a tudo e a todos. Mas eu passei a me olhar, olhar o meu interior. Vi tudo o que eu desejava ver.
Foi um tempo de lindos campos com flores que exalavam o melhor perfume entre o canto dos pássaros.
Cheirei-me, senti o fedor das minhas víceras podres, ouvi o meu instinto mais perverso falar em mim, olhei-me no espelho e vi minha personalidade desfragmentando-se em mil pedaços.
Quem sou eu?
Voltei a andar atordoada em meio às pessoas, senti-me superior a elas, e ao mesmo tempo igual em essência.
Não tapei narinas, olhos ou ouvidos.
Sinto o mau cheiro, ouço os tons mais desafinados, olho para as feições mais desajeitadas.

Quem sou eu? Pergunto mais uma vez!
Uma Maria ninguém
Porém, que está querendo saber quem é, o que é, o que pode vir a ser, e quem um dia já foi.

Antes observava da retina dos olhos para fora
Agora tento olhar para dentro (como outrora aprendi)
E jogar esse olhar para fora, já cheio de respostas e indagações.
O nosso sangue tem o mesmo cheiro ou fedor, os nossos olhos, pretos ou azuis, enxergam as mesmas tonalidades.
Só “pressuponho” de mim mesma.

(Elza Nayara)

domingo, 19 de abril de 2009

A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

E naquele dia,
o seu filho nasceu para dentro.
E quanto mais o tempo passava,
mais o menin
o crescia:
esbarrando no seu coração.

(Rita Apoena)

Passeia por todos os campos, político, religioso, moral, jurídico, científico, filosófico: a discussão sobre a legalização do aborto. A que ponto a lei poderá assegurar os direitos do cidadão, enfatizando sobretudo os das mulheres. Será a mulher dona do seu próprio corpo?
As instituições, ongs, entre outras vertentes feministas, lutam incansavelmente pela inclusão da mulher, seja no mercado de trabalho, ou senão numa convivência igualitária. Uma das lutas que se destaca, por se tratar de um tema polêmico, é o da legalização do aborto. Argumentam que a mulher é tratada apenas como um mero reprodutor, a responsável pela continuidade humana. A mulher não tem direito nem ao menos ao próprio corpo.
Tal posicionamento extremo é uma forma de defesa de mulheres que enfrentam e enfrentaram uma sociedade machista. Por isso mesmo que há uma contrariedade em determinadas lutas. Buscam legalizar um crime infame, contra um ser indefeso. Pois sim, a mulher é dona de seu corpo, legalizem. Todas agora terão o direito de matar, e não serão penalizadas, e melhor, não terão inimigos, sendo elas mesmas, “parentes mais próximos”, não darão trabalho algum, pois não haverá velório.
Não sendo também radical, abre-se exceção para anencéfalos, bebês com ausência de cérebro, pois em 100% dos casos não chegam a viver. Entretanto, mesmo em casos de estupro o crime é cometido da mesma forma. O moralista diz que é desonroso, o político diz que é pela taxa de natalidade, o religioso que é pecado, e o filósofo dirá que não existe verdade absoluta. Com tudo isso, não deixa de ser um dos piores crimes.

A foto abaixo se trata de uma cirurgia feita nos EUA. É uma cirurgia na espinha bífica do feto, sem a sua retirada do ovário, sendo que se fosse retirado morreria. Por ser uma cirurgia muito delicada e uma inovação na medicina foi registrada por um fotógrafo. Essa imagem comoveu e comove muitas pessoas. A luta pela vida de um bebê, este que está segurando a mão do médico, talvez como um sinal de agradecimento por esses pais que foram até as ultimas possibilidades para a sobrevivência de seu filho.

(Elza Nayara)