Às vezes penso que seja
necessário um quê de razão na hora de escrever. Nunca devemos escrever quando
estamos tomados por sentimentalismos, isso atrapalha a ordem dos pensamentos. Escrever
levado por impulso atrapalha também no esclarecimento das ideias.
Quando entramos na faculdade,
aprendemos que no modelo científico devemos ter referencial teórico para
defender qualquer que seja ideia ou pensamento. Por exemplo, eu posso dizer que
é necessário nas empresas haver boas relações humanas, qualidade de vida, boas
condições de trabalho e não digo isso apenas por dizer, digo por que Elton Mayo
fez a “Experiência de Hawthorne, que tinha por objetivo inicial estudar a
fadiga, os acidentes, a rotatividade de pessoal, e o efeito das condições
físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados. Essa experiência foi
também motivada por um fenômeno apresentado de forma severa à época na fábrica:
conflitos entre empregados e empregadores, apatia, tédio, a alienação, o
alcoolismo, dentre outros fatores que tornavam difícil a convivência no meio
trabalhístico”. E assim provou que o trabalho é mais produtivo se há empregados
mais felizes, motivados e satisfeitos.
Imagina então, num ataque de
sensibilidade falar sobre o humanismo e qualidade nas relações de trabalho. Ia ser
um blá-blá-blá cansativo cheio de ressentimentos, "achismos" e
subjetividades. Por isso a importância do referencial teórico, a gente esconde
ressentimentos e mágoas por trás de palavras de homens que foram lá, provaram que
o que você “acha” realmente funciona, já foi testado e aprovado.
Outro lado ruim de escrever em um
momento de mágoa ou tristeza provocada por alguém próximo, é que seu texto vira
automaticamente uma indireta postada em um blog. Já fiz muitas indiretas, tão
indiretas que eu tive que ir lá dizer:
-Ei! Fulaninho! Veja o texto que
escrevi para você, não é lindo?
Pois é, essa pessoa não achou o
texto lindo, porém, quem não entendeu a mensagem/indireta, caiu em elogios.
Então, já que estou aqui a falar
sobre base teórica, pois bem, devo embasar isso tudo que acabei de escrever, e
a única maneira que achei, foi que a Língua Portuguesa diz ser uma
metalinguagem, o que, segundo o dicionário
informal: É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa
falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que
explicam o significado de outra palavra.
E não, esse texto não é uma
indireta, sinto decepcionar. É que uma amiga hoje me perguntou por que eu não
escrevia mais, daí resolvi escrever.
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