Você é idealista? Bem, eu sou,
possuo em mim um vasto mundo, dentro de mim o mundo das ideias é engendrado e
sofre querendo ser gestado e parido.
Dentro desse mundo ideal, as
pessoas são honestas, com os outros e consigo mesmas, são empáticas, sim elas
conseguem olhar o outro através de olhos que não são seus, de vivências que não
são suas, de costumes e culturas diferentes das quais aprendeu em seu meio.
Nesse mundo das ideias, além das
contidas e inseridas conforme o meio, existem as inseridas através das
leituras, não só leituras de letras escritas, palavras em livros, mas leitura
de mundos, diversos outros mundos das ideias de outros diversos seres cheios de
ideias gestadas e paridas.
Djamila Ribeiro diz em seu livro Pequeno
Manual Antirracista “Fala-se muito em empatia, em colocar-se do lugar do outro,
mas empatia é uma construção intelectual, ética e política”, então no meu
mundinho das ideias a empatia não se alcança quando digo que sou empático, mas
quando enxergo que não sou e tento conhecer, enxergar esses tantos mundos e me
colocar como aprendiz de mundos.
Mas voltando ao mundo do idealista,
ele se enche de coisas, o idealista ler livros sobre um mundo melhor, não um
mundo melhor para ele, mas para todos, e ele não sente pena dos outros, ele
sente pena de si mesmo e de sua ignorância, ele adentra em outros mundos como
mero expectador, ele ler as linhas escritas de Simones, Djamilas, Bells,
Conceições, Valeskas, Isabeis, Clarices, Machados, Joses, Chicos, Vivianes,
Itamares, Andrews, dentre tantos outros mundos possíveis, e ele se vê pequeno,
um mundo bem pequenininho, sem alcance, sem visão, sem ideias gestadas e paridas,
só ideias.
Mas ele, a partir de tantas
outras ideias imagina um mundo colocando em prática todas as ideias de tantos
mundos das ideias de tanta gente genial e cheias de ideias, e ele faz igual
Jonh Lennon e sonha, escreve e faz uma música. Daí outros idealistas gostam da
letra, cantam a música e sonham juntos e gestam e dão a luz a novas ideias,
boas ideias.
Mas tem lugares que não dá para
ser idealista, tem lugares, que são iguais ao filme o poço. Aliás, sinto dizer
que tem lugares para ser idealistas, todos os outros não dão pra ser. Sobra poucos
lugares para os idealistas, a poesia, a música, a literatura, a filosofia. Os demais
lugares estão ocupados em suprimir ideias, em enterrar ideias e enterrar
pessoas também, se essas têm ideias demais da conta.
Aos idealistas um conselho: não
se demorem em lugares e pessoas tipo coveiro, eles são especialistas em enterrar
pessoas, expectativas, sonhos, músicas de Elton Jonh, livros de Conceição
Tavares, mundos diferentes, olhares empáticos, visões de mundo além do
necessário.
Lugares e pessoas tipo coveiro, não são idealistas, aliás, um dia foram, quando crianças, mas foram engolidas por lugares e pessoas tipo coveiro. Pessoas não idealistas, ao contrário odeiam o mundo das ideias, gostam do mundo prático: Não serve? não vai dar lucro? não vai produzir? A amizade não serve de networking? não terá algum retorno? Atrapalha o caminho? Ok, então joga fora e descarta. O mundo do não idealista não é para ser vivido, degustado, é para suprir necessidades. O não idealista, confundo muito com pessoas narcisistas, mas nem sou psicóloga para fazer diagnostico, então, prefiro chama-lo de pessoa tipo coveiro, ele só serve para fazer o necessário e as vezes o necessário é só enterrar.

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