Manda quem pode, obedece quem tem juízo, diz o ditado popular. Essa é uma máxima antiga, mas será que ela é tão antiga assim?
As empresas estão se modernizando, mudando padrões, adotando lideranças não mais autoritárias. O chefe não mais dá ordens inúteis só para demonstrar seu poder, ele deixa o grupo à vontade para produzir, é humilde para ouvir o que o subordinado tem a dizer, aceita opiniões, conhece seus subordinados e reconhece seus feitos, e sempre está fazendo auto-análises procurando rever seus conceitos e paradigmas.
Acontece que essa empresa moderna só existe nos livros de Administração, nas revistas especializadas. Há sim, menos opressão, isso não há como negar, todavia, líderes humildes, infelizmente não. Tenho a impressão muitas vezes, que o indivíduo, ao se tornar um chefe, é acometido por complexo de superioridade. Seu olhar somente é dado de cima para baixo, quando não é de desprezo ao seu inferior, é de uma velada compreensão, humildade, e companheirismo.
Entretanto, contrariando o que havia falando, há sim o líder que há pouco considerava utópico, inclusive já conheci um que se encaixava no perfil. Parecia mesmo que ele tinha pulado das páginas de um livro de Administração para a vida real. Era o tipo que sempre ajudava, não seguia fielmente a velha hierarquia da era clássica da administração e científica de Taylor e Fayol – obviamente não desconsiderando seus feitos, pois a partir deles é foram surgindo as novas escolas e ideologias hoje reconhecidas – mas ele seguia a linha humanista da Administração, e em pouco tempo consegui perder as contas de quantas vezes ele já foi promovido na empresa que trabalha.
Manda quem pode, gosta, e se sente bem o fazendo. Obedece que tem juízo, gosta do emprego, e se sente bem ganhando o seu todo mês. Pois é, o chefe é quem manda, não importa o motivo para dar ordens ou manter o subordinado debaixo das suas asas, e o subordinado é quem obedece sabendo muito bem qual o motivo. E no final das contas, tirando produtividade, responsabilidade, utilidade, termina o chefe mandando, sem nem saber por que, e o subordinado obedecendo sem querer pensar.

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